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>>>MEU SEGUNDO ANIVERSÁRIO x INVASÃO DO BRASIL<<<

Acredito que nem todos saibam, mas hoje 22 de abril de 2022, eu completo 10 anos.

“Como assim?”

Explico.

Era 22 de abril de 2012, por volta das 20h, quando eu e minha amiga de numerosas aventuras, Néia, estávamos retornando de Maringá para Guarapuava, quando um caminhão nos bateu.

Poderiam hoje meus familiares e amigos, estar fazendo memória de 10 anos de minha partida, de meu retorno para a morada eterna.

Mas cá estou comemorando 10 anos de uma nova vida. Aliás, estamos. Eu e minha Amiga!

Confesso que este foi meu 2.º momento de ‘revolta’ e questionar a Deus de seus planos para mim. Contudo, depois o percebi como um momento de grande amadurecimento na fé.

Nestes anos todos e principalmente no período do ocorrido, muitas pessoas me disseram:

— “Luana, não busque um porquê e sim um para quê.”

É difícil ter uma compreensão lógica para certos eventos em nossa linha da vida. Ainda não tenho essa resposta por completo.

Lembro que ironicamente eu brincava, que ao menos teria morrido em um dia marcante para a história do Brasil. Dia da invasão portuguesa.

Era meu último ano da primeira graduação (Filosofia). Já havia adiantado as leituras de meu TCC nas férias, estava envolvida em meio mundo de projetos ligados às Universidades, tinha planos de deixar o Brasil. E outras tantas coisas menores. O tão esperado 2012 era para um super ano. E foi! Não da maneira que eu planejava. Mas foi!

Nestes 3 meses que fiquei afastada de minhas atividades, sendo 2 hospitalizada e 1 em casa.

As cirurgias, as viagens, os medicamentos e todos os cuidados que minha Mãe teve comigo. Um ‘bebê’ de 22 anos, que não tinha autonomia nem para coçar seu nariz. As tantas pessoas da Família, Amizades e Equipe dos Hospitais com quem pude contar(principalmente com as orações), eu recordo com grande carinho e gratidão de cada pessoa. Assim como das pessoas que passaram pelo quarto que eu estava.

Tristemente recordo que este foi o primeiro Dia das Mães em que não pude abraçar a minha Mãe, pois meus braços não permitiam. (este ano será o segundo).

Ter uma boa memória tem seu lado bom, mas também ruim. Lembro com detalhes da noite do acidente, das entradas para as cirurgias e meu despertar, onde a primeira imagem que tinha era de minha Mãe, sempre ao meu lado. Meu inconsciente faz questão de trazer presente nos dias próximos a essa data em meus sonhos e flashes de lembranças.

Admito que inda hoje, o barulho de ambulância, bombeiros, uma freada mais brusca ou qualquer possibilidade de colisão, ainda me afetam. Presenciar uma então, é bem difícil. Com o passar dos dias, com as fisioterapias para recuperar os movimentos, o acompanhamento com psicólogo fui melhorando. Levei 6 anos para ter coragem de retomar meu processo de CNH(que foi cheio de desafios), e eu como Kaminski que sou, superei.

Apesar de ter adiado e mesmo mudado muitos dos planos da minha versão em 2012. Essa fatalidade não me impediu de ir atrás de meus objetivos, percorrer de sul a norte o nosso Brasil, a nossa América Latina e mesmo o continente europeu. A Luana Kaminski, tem alma de Cidadã do Mundo e não são as tempestades que iram impedi-la de tornar esse um lugar um pouquinho melhor de se viver.

Pode parecer estranho, mas sou grata por tudo que aconteceu. A pessoa que sou e ainda serei, não seria a mesma sem passar por essas experiências. Meu relacionamento com Deus, não seria da mesma forma. Eu poderia nunca saber como sou amada por tantas pessoas.

Hoje foi dia de agradecer nosso Deus pela nossa Vida!

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22h de 06 de junho de 2021

Eu sempre me apoiando no seu ombro

Foi nesta hora que recebi a ligação do Hospital para irmos até lá. Em minha confiança ou inocência, pensei que iriam lhe transferir para algum hospital e precisava da liberação ou mesmo acompanhamento, mas infelizmente não foi essa a notícia que os médicos tinham para nós.

“Nunca é fácil fazer este comunicado, mas as 21h a paciente Janete veio a óbito!”

Por volta deste mesmo horário, nós estávamos fazendo oração em casa e pedindo que o melhor acontecesse. E assim foi…mesmo sem ser ‘o melhor’ que nós esperávamos, certamente foi o melhor para a Mãe.

Contudo, esse seu retorno para a Morada Eterna, mudou tudo por aqui. E as coisas todas ainda não estão no lugar (em algum lugar), ainda é tempo adaptação (principalmente para mim).

Após o sepultamento, tivemos a notícia do teste positivo para COVID, do Pai e do meu irmão. Eu mesmo negativo, fiquei em isolamento e cuidando deles. Felizmente, sem muitas complicações e tratando-se em casa, se recuperaram e pude ir para casa, arrumar as malas, os livros, … mudança, pedir demissão… Afinal, agora a primeira filha precisava assumir as responsabilidades.

Mas confesso que está difícil, administrar internamente tudo isso. Com sua partida, também uma versão de mim foi embora.

Mãe,

Hoje faz um mês que você deixou sua forma física.

Faz um mês que não recebo suas mensagens de bom dia, Deus te Abençoe filha, … ou algo que te fez rir ou lembrar de mim…também faz um mês que você não me liga na sua hora de almoço para contar as novidades, falar das notícias…um mês que não nos falamos mais por horas e horas durante a noite, enquanto tomamos chimarrão, fazemos a janta e lavamos a louça, com algumas participações do Pai. Um mês que não rezamos juntas mais todas as noites, um mês que me sinto perdida…

Era para você estar comigo, tínhamos feito planos para o final de semana, para o final do ano e tantos anos mais.

Um mês que aquela que me dava força e incentivo para todos os meus Projeto de Vida, não está mais aqui para me dizer “Eu sei que você consegue!” … também não posso mais ouvir os seus conselhos me dizendo para ser mais compreensiva, para não me irritar e não chorar por certas situações que eu passava.

Mãe, você faz falta para mim, para nós, para muita gente! Todos que falam de ti, falam com saudades e de forma carinhosa. Você fez a diferença nesta sua passagem por aqui!

Te amo, Mãe!